duminică, 11 august 2013

NUM PAÍS FELIZ POR SER PETIZ E SER INFELIZ POR METER O NARIZ ONDE NÃO É CHAMADO SÓ CORNO MANSO MORRE AFOGADO

  • Soaram as vozes do arruído pela praia, ouvindo todos bradar que matavam o Presidente. 

    E assim como viúva que dívidas não tinha, como se lhe estas ficassem em lugar de marido, se moveram todos com mão armada, correndo à pressa para onde diziam que se fazia isto, para lhe darem a vida e livrá-lo de morte. 

    Álvaro Pais não parava de ir para lá, bradando a todos: acudamos ao Presidente, amigos, acudamos ao Presidente , que o afogam sem porquê!

    A gente começou a juntar-se a ele, e era tanta que era estranha cousa de ver. Não cabiam nas areias  e atravessavam lugares escusos, desejando cada um ser o primeiro a salvar o coiso 

    . E, perguntando uns aos outros quem afogava o Sans Payo , não faltava quem respondesse que o afogava .o conde-barão, por mandado da dívida
    .
    E por vontade de Deus, todos feitos de um só coração com vontade de o vingar, quando chegaram às areias molhadas da Luz, que tinham sido afogadas antes que chegassem, com medonhas palavras começaram a dizer:

    - Onde afogam o coiso? Que é do coiso que tem mais vida além da dívida?

     Quem afogou na dívida estas areias?
    Ali ouviam-se brados de diversas maneiras. 

    Tais havia que certificavam que o coiso era morto, pois as areias estavam afogadas, dizendo que as secassem para entrar dentro delas, é veriam que era do coiso, ou que cousa era aquela. 

    Alguns bradavam por lenha e que viesse lume para porem fogo ao mar.......


    Nesta maçada
    de a vida viver
    sem prada
    e morrer
    levando porrada
    numa mistela de destino
    que é o bravo mar
    sem tino
    que ao amar
    afoga menino

    Ser Poeta?
    é dívida ou dever
    Que Peta
    a vida não é prazer
    e ser Pateta
    é ser Poeta não
    é ser Profeta
    sem coração
    agora
    é hora
    do povo herege dar o fora
    Para Mato grosso sem demora
    se em valado
    sois sabedoria
    e se cagado
    sois aleivosia
    sem apogeu
    e sem nada de seu
    agora
    é hora
    de dar o salto?
    e tomar o phoder d’assalto?
    que doçura
    violenta a calma
    que tesura
    das balas na alma
    estriada
    na bala lançada
    em lágrima de chumbo quente
    na massa dormente
    que se amassa
    qual torrente
    em toda a praça
    é hora?
    agora?
    de lançar a metralha
    sobre a terra
    de criar densa mortalha
    ao som da guerra
    que em nós
    grita e berra
    esmagai os avós
    que nos cobrem
    com desencanto
    e fúrias descobrem
    qual pai de santo
    que da usura
    teceu seu manto
    e da gente burra
    tirou seu sustento
    momento a momento
    na feira
    ou na jeira
    da lira portento
    e o vosso canto
    é acalanto
    de misérias alheias
    ao pilhar sem peias…..
    é hora?
    agora?
    quis o Tejo
    afogar a dor
    e num beijo
    de aquoso ardor
    deu à morte rigor?
    e à miséria amor?
    é hora?
    agora?
    ou inda demora?